Sou do sul

No alto da serra do sul
Em meio ao frio e vinhedos
Estendo ao céu meus segredos
Quase toco o céu azul
Misturo-me ao som do passaredo

Caminho sozinho por entre a mata
Buscando companhia na grimpa da pinha
A mata que agora não está sozinha
Em silêncio minha dor maltrata
Arranca de mim o que me espezinha

Quando me aproximo do riacho
Sinto o respingo das águas
Deixo ali minhas mágoas
Para que desçam rio abaixo
Cambaleando feito borracho

Sou homem do mato, da selva
Que aprendeu a amar na cidade
Mas não venceu a saudade
Quando conheceu um amor
Virou um sonhador, sem chão, sem verdade.

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