O tempo é inimigo da perfeição
Não tenho tempo, mas tenho inimigos
Um deles a solidão;
Toda a minha vida por um segundo
Passa assim tão depressa e despercebida
Não adianta adiantar o passo neste meu compasso
Se o contorno defeituoso me desenha no teu rosto;
Em respeito a minha dor meu semblante retorcido
Tal qual beleza de uma rosa que murchou envelhecido
Um segundo e não sou mais, o que era antes ou não pude ser depois;
É assim meu jeito arrogante de viver a dois
Tem horas que escrevo a nossa história em minutos
E a saudade mais parece à eternidade…
Aquele rosto de criança, tão pequeno e inexperiente
Cicatrizes na lembrança e vontade de ser gente;
Quando cresce deixa de amar e se torna doente
Se eu pudesse parar o tempo, tornaria mudo este meu lamento
Mas o ponteiro da vida não atrasa as horas
A cada batida do meu coração é um segundo a menos;
Vou atrasar o relógio no meu querer insensato
Vou voltar atrás neste meu ato impensado.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, Agosto de 2002 no dia 02.