Tenho medo do escuro
e também do futuro
Eu a prometi as estrelas
no final de uma tarde de sexta-feira
A lágrima que derramei
fora pelo mesmo motivo que asas criei
Meu coração bate
enquanto a vida late
Sinto muito, é mais triste a verdade
Essa é a dor da responsabilidade
Quem vê o poeta
não vê sua alma deserta
Todo dia caminhando pela terra batida
com mãos calejadas e ardidas
Nesse céu sem lua
desejo que minha poesia se dilua.
Esse é meu último desejo
sem paixão, ódio ou rima.
(Vinícius Bacelar)