Eu te amo tanto, que nem sei tecer-te um canto…
Vivo somente em planto…
Quando fito chegar o entardecer,
sinto logo o coração se encher do azul escuro do infinito,
e palpitar de pura emoção.
E sinto uma febre imensa do amor,
que do meu peito fervilha,
tenta fugir de mim ante tanta maravilha.
Como te amo minha querida!
Quero em teu seio terminar o tempo que tenho para viver,
e ali ficar até o fim de meus dias.
Vejo-me às vezes tão sozinho e triste,
sinto que tenho em meu peito um grande deserto,
uma devastação jamais sofrida,
todos meus bens foram levados
pelo vento forte de um temporal
vindo do norte.
A minha própria esperança foi destruída;
até creio que nada de bom exista,
e nesta minha rude solenidade vida,
somente tu vens visitar-me
amiga eterna: – SAUDADE!
Eliezer Lemos