Existe prazer estranho
Que nos traz o alento e depois vai,
Roubando e levando nossa paz.
Hoje, deleitei-me nesse estranho prazer.
Senti-me abelha no seu favo de mel.
Fui ao ápice do prazer, ao céu.
Suspirei, convulsionei.
Mas passou, foi embora.
De novo me entristeci, me ofusquei.
Fico aqui, esperando meu estranho prazer.
Quando volta? Quando volta de novo meu estranho prazer?
Fico nesse triste dilema e persigo,
Esse estranho prazer, correndo risco.
Madrugando ao léu,
Buscando esse estranho prazer.
Meu peçado do céu.
Assim, vou levando a vida,
E a vida me levando.
Decido mudar, seguir outro caminho.
Mas não dá.
Sinto-me num deserto chamado sozinho.
Meu estranho prazer é um oásis
No meu deserto solidão.
É o calmante desse atormentado coração.
Fico horas e horas na porta.
Até ver o dia amanhecer,
Esperando, o que tanto espero,
Meu estranho prazer.
Será que um dia virá para ficar?
Será que um dia será assim?
Virá meu estranho prazer
Para aprazir minha vida até o fim.