Na grande euforia do meu agitado cotidiano
De segunda a domingo tudo é sempre igual
Do dia primeiro de janeiro até o final do ano
Com os pés descalço e no corpo pouco pano
Morando e trabalhando sempre na zona rural.
Vivo no meio da natureza e de toda a criação
Assim vou vivendo a vida com toda liberdade
Caçando pescando sempre com os pés no chão
Tenho calo nos pés e na palma da minha mão
Aqui todos vivem assim na maior simplicidade.
Um cigarro de palha uma garrafinha de cachaça
Uma espingarda um estilingue e um facão afiado
Uma arapuca de taquara pra manter viva a caça
Um cachorro companheiro vira lata é a sua raça
Ele vai aonde eu vou e está sempre do meu lado.
Eu não quero outra vida e nem penso em cidade
Aqui tenho o que quero e tudo o que me faz bem
Só vou ao armazém comprar alguma necessidade
Lá em casa o pessoal vive na maior simplicidade
Saúde alegria e disposição eu garanto todos tem.
Todo dia tem carne tem peixes verdura e legume
Água fresquinha que borbulha da fonte sem parar
As frutas madurinhas desperdiçar já virou costume
O porco preso no chiqueiro já aumentou de volume
Come tanta manga que não para mais de engordar.
Esse é meu retrato simples da vida de um sertanejo
Vou vivendo em harmonia com a senhora natureza
Aqui sou feliz, viver assim foi sempre o meu desejo.
Morar em outros lugares nem em sonho eu me vejo
Aqui eu nasci e por aqui eu vou morrer com certeza.