Sobre minha cabeça o céu celeste forrado de chumaços de algodão.
O sol escarlate como brasa, esquentava como fornalha, e a vegetação rasteira formando um lindo tapete verde, formava o quadro que na mente tenho guardado.
Ouvi um tropel, que mais parecia raios e trovões.
Eram os boiadeiros levando grande boiada para a invernada; por pouco não morri!
Os animais fogosos e suados, dirigiam-se a todo vapor, e os homens que os conduziam estavam fatigados pela jornada e calor; gritavam como que de dor…
Compreendi como é a vida ali, aquele lugar é para quem é de lá; quem quiser ficar lá, terá que mostrar a que veio, montando em um baio cavalo e dirigindo alguns bois…
É não é fácil não, isso não é para mim! Homem da cidade grande, acostumado com bichos mais velozes, porém mais dóceis…
Talvez se fosse para ser patrão… Mas dinheiro não tenho não; preciso é de emprego!
Mesmo se fosse patrão, como iria conduzir o pelotão, se de boi não entendo nada, só de carne de vitela mal passada.
É tive que dar as costas e voltar, apesar do lugar ser lindo; natureza farta, clima quente, rio fremente, e o cantar da passarinhada…
Tive que voltar!
Para nós é lugar de recreação; já para os moradores de MS. e MT., lá nisso são bons!…
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro –
SCSul SP [email protected] [email protected]