A priguiça me pegô
fiquei desacorçoado
minhas pernas bambeô
eu sentei já tô deitado.
Posso inté morrê de fome
mais eu não vô trabalhá
só quero abri a boca
e podê despreguiçá.
Por mim tanto faiz
eu quero é descansá,
Eu não quero nem sabê
como anda a infração
quanto custa o arroiz
ou o quilo do feijão.
Se a fome apertá
eu dô uma volta por aí
pego a vara e o emborná
e vô pescá uns lambari.
Por mim tanto faiz
eu quero é descansá,
Canivete afiado
uma cabeça de paia
o meu pito tá enrolado
o meu binga nunca faia.
Sento na bera do corgo
uns pexinho vô pescá
quero iscuitá de longe
os passarinho cantá.
Por mim tanto faiz
eu quero é descansá,
O meu dente tá dueno
nunca vi uma dor tão braba
na panela do danado
tem semente de goiaba.
Carrapato tá mordeno
bem no pé do meu imbigo
tá coçano, tá dueno
não importo, eu nem ligo.
Por mim tanto faiz
eu quero é descannnnnçáaaa….
o cabôlo poéta nhô Noraldno;