A maria Nó me desprezô
a Dorvalina eu não quiz
agora tenho um novo amô
dessa veiz eu sô feliz.
finalmente encontrei
dispois de muito campiá
e com ela ce casei
nossa estória vou cantá.
O nome dela é Mindota
a flor mais linda do sertão
meu coração virô cambota
ficô doido de paixão.
quando viu tamanho brio
que vinha daquele olhar
eu senti um calafrio
que nem posso expricá.
minhas pernas bambeou
minha voz emudeceu
quando ela me olhou
e um sorriso ofereceu.
fiquei verde amarelado
igual cana velha de pendão
cutucava envergonhado
os pedregulho com o dedão.
a Mindota dicidida
resolveu se aproximá
quiz sabê da minha vida
começô a espiculá.
com a prosa da Mindota
acabô minha vergonha
larguei mão de sê idiota
de perrengue de pamonha.
deixei de banda o acanhamento
criei corage pra valé
pedí ela em casamento
sem antes nada dizê.
a Mindota esburrachou
de tanto gargalhá
só porqe eu fui propô
a idéia de casá.
memo assim ela aceitô
e hoje nóis vive juntinho
chamo ela de amô
ela me chama de benzinho.
nóis temo por compahia
um punhado de barrigudinho
o Chulêdo o Alaor o Zaria
o Tiolo o Norfo e o fonsinho.
nóis vai pelejano na vida
sem lenga lenga, léro léro
a Mindota tá forte sacudida
a fiarada tá tudo uns bitelo.
só eu que ando meio perrengue
o difruço não que me deixá
o nariz anda sempre escorreno
mais vou vivendo pelejano málemá.