Quando eu vinha voltano de uma pescaria
vi um quadro triste na moita do bambuzal
enroscada na placenta e no cordão umbilical
uma cabritinha agonizante se debatia.
Sua mãe tava morreno,ixibino um colar
enrolada no pescoço uma baita sucuri
quando vi aquela cena tratei logo de acudi
com muita força e corage consegui ela salvá.
Coitadinha sofreu muito mais conseguiu sobrevivê
tratei dela com carinho como se fosse da família
com bastante leite e capim fresco todo dia
assim devagarinho ela começô então a crescê.
E o tempo foi passano e ela se transformô
na cabrita mais bonita de toda a região
o formato de uma estrela de cinco salomão
nos pêlo avermelhado da testa desenhô.
Caminhava elegante a cabrita Salomé
facera mastigava umas folhas de capim
brincalhona ela gostava de ficá perto de mim
no varal ela mascava o vestido da mulhé.
A lei da natureza tem que ser respeitada
pra não vivê sozinha e sofrê de solidão
Arrumei um copanheiro pra alegrá seu coração
a Salomé precisava amar e ser amada.
Um bode da barba ruiva por nome de Araré
que o cumpadi Nicolino contrariado me vendeu
quando os dois se encontraro o amor aconteceu
bateu bem forte o coração da cabrita Salomé.
E o tempo foi passano,mudou toda a paisage
alegria tá presente,tudo é mais animado
os cabritinho pula e corre pra todo lado derrubei uma capoera,aumentei mais as pastage.
Orgulhoso observo a cabrita Salomé
os cabritinho brincalhão empina e dá cabeçada
na sombra da painera numa folga danada
tá mascano priguiçoso o bode Araré…