Contei os meus anos e descobri que tenho ainda muito tempo para aprender daqui para frente, isto é, se Deus permitir.
Sinto-me como aquele menino discente que adorava ganhar um cacho de uvas. As primeiras, ele chupava displicente, mas ao perceber que faltam poucas uvas, ele as degusta com paciência e sabedoria.
Acho que viver é como uma ciência tem que se respeitar a seqüência, que é: Observação, Experimentação, e Análise dos Resultados.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades e hipocrisias. Não quero mais estar nas reuniões políticas de diversas categorias, das quais geralmente desfilam egos inflados. Não tolero mais falsidades e mentiras. Não suporto os gananciosos que tentam destruir a todo custo tudo o que vem pela sua frente.
Lembrei-me de Platão, quando afirmou que existe o mundo das aparências e o mundo das essências. Meu tempo tornou-se escasso para conviver com pessoas do mundo das aparências.
A maioria dos tempos que gastei foram solidários, sociais e mágicos, pois foi pensando em ajudar a construir um curso, uma universidade, uma cidade, um estado e um mundo melhor, ou seja, com mais amor, ética e justiça. Mas nesta lida universitária nem sempre consegui cumprir estes três princípios básicos que tenho na minha vida. O Importante é que tentei.
Sem muitas uvas no cacho, quero viver ao lado de pessoas humanas e solidárias. Que pensam primeiramente em evoluir moralmente e não financeiramente. Pessoas que têm Deus no coração e na mente.
Não me arrependo de ter tido uma vida acadêmica complexa, de ter feito Universidade (Universo de Conhecimentos) e não Faculdade (Para os alunos que só pensam nos canudos). Sinto-me realizado em ter ajudado a minha Universidade a cumprir o objetivo de que toda Universidade deve ter. Que é retribuir à sociedade através de soluções para melhoria da sua realidade. Não me arrependo de ter sido solidário, político, pesquisador, amigo e universitário.
A essência faz a vida valer à pena!