Silêncio, a voz que quer calar.
Silenciar a vida, calar as emoções.
Silêncio, o grito contido,
a fala mais convincente,
O brado que ecoa,
mas que retorna a mensagem falada.
Silêncio, símbolo de tudo.
Quando a vida explode em melancolia,
o silêncio permanece.
Compreender o silêncio para
que alguém o escute,
em cada som emitido, em cada milagre,
é o silêncio que responde.
É nele que se encontram
as mais puras emoções,
de alegrias, de dores.
É no silêncio que se encontra a paz.
Silêncio, um enigma.
Palavras sem som, sem rima.
Silêncio dá esperança.
Silêncio no modo de expressar.
Silêncio na espera do amor.
Silêncio, a voz da alma.
Silenciar é mais calar do que falar,
ou, quando é falar, jamais explicar,
apenas sentir.
Silêncio que desnuda,
não se mente pra si mesmo.
Silêncio, sua própria essência.
Silêncio, reflexo de si.
Silêncio que ouve o silêncio.
Silêncio que machuca,
onde se é réu e juiz de si mesmo.
Silêncio, o som das emoções.
Ouve-se entre risos e soluços
as batidas descompassadas do coração
de acordo com os pensamentos.
O próprio silêncio amedronta,
deprime, alegra,
alucina, entristece.
Silêncio da solidão.
Silêncio no modo de amar.
Silêncio para esperar.
Silêncio, a voz do amor.
Sandra Wajman Gruner