Purgatório
Trevas são os pensamentos que povoam
Este pomar de sombras, frutos podres
Escorrem lágrimas cinzentas de poeira
Embasando o horizonte há muito perdido.
Vagando pelos os escombros do que sobrou
Abraça as mobílias jogadas ao relento
Tateando objetos que já fora enfeites
Lar doce lar hoje fel acre paladar.
Tropeçando aqui e acolá segue a vagar
No lamento moribundo dos ventos uivastes
Gela a espinha sentir trágico calafrio
Destroços duma vida que se esvaiu.
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