PRECISÁ-SE EXTREMAMENTE

Queria tanto derramar meu pranto
Em ombros confiáveis,
Gostaria, que as lágrimas vertidas
Tivessem endereço afiançável.
Desejava tanto que a tristeza do meu olhar
Fosse perceptível a olhos nus,
Indiscutível e inconfundida…
Que as minhas dores fossem sentidas
Sem que o ser fosse questionado,
Que não fosse considerada culpada pelos meus próprios infortúnios;
Que não fosse julgada,
Não analisada, cobaia de laboratório
Com comportamento previsível.
Queria só ser;
Só chorar, derramar meu acúmulo de lágrimas
Só olhar, não obstante esse olhar seja triste.
Porque, não há pranto que seja eterno
Nem lágrimas que possa lavar a alma e,
Nossas dores sempre são únicas;
Assim, só existe um único eu;
Complexo e indecifrável.

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