O martelo martela a tampa:
Presencio — na rua ou em casa, no anonimato da distância —
O fluxo e o refluxo
Da hemorragia e restauração da esperança.
O martelo martela o prego:
Contínuas espirais ferinas
Quais disseminam a ruína
Banalizam e replicam
As células prolíficas do flagelo.
O martelo martela o povo-barco:
Como se fosse rêmige náufrago,
A paz vira vegetativa presidiária
Do arquipélago de ilhas,
Governado por magos
Que criam sofismas velhacos.
O martelo martela a fortaleza da farsa:
A anemia falciforme se alastra,
Mas o adormecido vulcão das contestadoras fricções
Acorda e mostra o todo-poderoso estadão
Do seu indômito magma!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA