Quando eu morrer, não soltem meu Cavalo nas pedras do meu Pasto incendiado: fustiguem-lhe seu Dorso alardeado, com a Espora de ouro, até matá-lo.
Um dos meus filhos deve cavalgá-lo
numa Sela de couro esverdeado,
que arraste pelo Chão pedroso e pardo chapas de Cobre, sinos e badalos.
Assim, com o Raio e o cobre percutido, tropel de cascos, sangue do Castanho, talvez se finja o som de Ouro fundido
que, em vão – Sangue insensato e vagabundo — tentei forjar, no meu Cantar estranho, à tez da minha Fera e ao Sol do Mundo!
(poemas de Ariano Suassuna,[[i][b]])