Tempo
Onde o amarelo da foto eterniza a vida
E o tempo que se perde perpetua o vazio
Se dissolve em partículas de memória esculpida no espaço
Voa para além do desejo insano de querer fugir
Despe-se da vergonha fútil que a idade esconde
A flôr que alimenta a alma
Ancorar no porto ao lado
Desenhos na areia que o amor de mãe conservou
Fosse dela a minha infancia que um dia jurou conquistar
A casa que ao chão se rende
Protege o rosto nú e doente do menino
No caminhar pés descalços pede um doce ao pobre homem
Fincou na terra árida enquanto efêmero dito adolecer
Desmancha a última estrela ao atravessar a rua do ouro
Achando ser para sempre
O que é tão simples ser hoje.