Morre-se a cada passo
Cada tropeco
Cada fragmento de desejo que se atira pela janela
A cada sonho desperdicado
A cada anseio nao vivido
Ressucitam-se outros
Quando abrimos Mao de nossas vontades em prol das deles
Esvai-se a vida pelos dedos
Escorre pelo ralo
Quando parecemos um barco navegando para nao sei onde
Quando nao temos tempo para nosso tempo
Quando nao conseguimos projetar, criar, realizar.
Quando nos esquecemos de tudo que nos fazia bem
Uma musica, uma festa, um raio de sol entrando pela janela,..
Um projeto de vida que se perdeu no tempo, um vaso de flor na varanda.
Morre-se quando nao se percebe que tardia a vida se tornou
Somam-se e subtraem-se e perdemos
Quando nos esquecemos de dizer Nao aos outros
E a nos negamos dioturnamente
Morremos quando achamos que ser bom É abrir mão de nossas verdades e anseios
Passamos a vida salvando,acolhendo,acalentando pessoas
Esquecemo-nos da velha canção de ninar- a nos mesmos
E assim… vamos morrendo a cada passo
Esquecendo-se do que queriamos, do que sonhamos do que nos faz feliz.
Morremos a cada minuto nao vivido de acodo com nossa propria estoria
Construímos estórias paralelas, que seguramente não são nossas.
Morremos mais ainda quando, nem lembramos mais que somos seres individuais e nao entrelacados a outras pessoas.
JA estamos mortos quando deixamos que a vida nos leve, desta maneira
Ao som de outros canticos
Ao embalo de outros sonhos
E na imensa covardia, que nos paraliza.
Perdemos o dom de lutar…
Porque a luta pode trazer arestas e consequencias…
Então, Nos calamos novamente.
Morremos sim, quando nada mais nos emociona e encanta.
Quando vemos que todos dançam a nosso redor os passos que ensinamos
E não dançamos mais
Porque já nao nos pertencem
Morremos quando queremos morrer
MENOS, Quando queremos dizer, gritar e esbravejar:
Por favor, me deixem viver a minha vida e não a de voces!
Permitam-me realizar meus sonhos
Que por hora sao pesadelos
Permitam-me dizer o que quero o que penso o que anseio
Deixem-me viver,
Minha vida por ora me parece tão curta!