CINISMO

Inoportuna simpatia
joguei contra a parede
passou ao ponto que devia
já matei a minha sede

voltou muito tarde
fiquei em última opção
uma atitude covarde
brincando com a emoção

pensa ser minha dona
mas não sabe comandar
primeiro puxa a lona
depois quer me levantar

não sou de dar o troco
mas opino em rejeição
vem em mente meu sufoco
me alivio em superação

seu olhar não mais atinge
o tal cupido foi embora
sua fisionomia ainda finge
seu cinismo me apavora

inventora de disfarces
projetista da inverdade
várias máscaras, muitas faces
descendente da maldade

esculpindo às cegas
enojando sentimentos
insistente, não sossega
faz do amor um podre evento

se te evitar não resolve
me leva a outra atitude
solto o mal que me envolve
pra me livrar desse grude

Cesar Carvalho

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