Não vivo despercebido,
No contexto universal.
Na trajetória maravilhosa
Dos componentes que me cercam,
Sempre existe algo que me leva a apensar.
No cenário belo e profundo
Da natureza exuberante,
Acontecem lances misteriosos
Que nem sempre são observados
Pelas mentes fracas ou confusas.
Sinto-me recompensado
Por estar sempre observando
Os acontecimentos que me cercam.
Às vezes, tão pequenos,
Parecem não ter nada a ser detectado.
Engano. Puro engano. Vejamos .
Na sensibilidade do meu espírito inquiridor,
Vejo folhas cairem. Por que cairam?
Foi por acaso? Certamente não.
Um dia aconteceu.
Cheguei perto de uma folha, fraca e descolorida,
E embora pálida, pôde responder-me.
Perguntei-lhe : por que caíste?
Não seria melhor teres permanecido,
Na copa frondosa da árvore mãe?
– Não, respondeu-me.
– Já cumpri minha missão.
Fui formosa e tenra.
Colaborei com a saúde da natureza.
E agora caio tranquilamente
E volto ao solo para colaborar
Com outras que estão nascendo.
Faz lembrar a vida humana, em proporções diferentes.
Nove meses para nascer. Muito tempo esperado.
São vidas humanas, que logo já começam a cair.
Caem. Simplesmente caem. Caem sem ter feito quase nada.
Não cumpriram sua missão. Caíram e foram esquecidas.
Acordemos. Cumpramos nossa missão.
Sejamos pontos positivos, na melhoria da humanidade.
Sejamos lembrados, para sempre,
Na realidade universal. Amém.
Duque de Caxias, 19 de janeiro de 2015.