Onde estou,meu Deus, que mundo este em que me encontro, que criaturas estas que me envolvem,que cânticos tristes estes que não consigo definir, que rosas estas que se materializam em mulheres, desfalecem sufocadas em soluços,que mundo estranho este em que me encontro,meu Deus, não vejo horizontes, somente o crepúsculo vazio e tristonho,com soluços de cânticos que se perdem nesta floresta de rosas que choram num murmúrio dolorido,esta melodia que vem aos meus ouvidos num lamento triste e no compasso lento de um tambor ouço batidas graves retumbarem no meu peito,que se agoniza em pesadelos macabros,criaturas que se transformam em multidão e se aproximam lentamente de mim,embalando-me em sussurros,fazendo carícias em meus cabelos brancos,e choram sobre mim, infeiz criatura que sou,ouço ao longe um coral triste de vozes que me gelam o sangue e me apavoram na minha incompreensão,sinto que estou sendo banhado pelo pranto das rosas solidárias,que me confortam em meu último momento,agora de joelhos elas me abraçam e oram,ainda ouço o coração descompassado num esforço sobre-humano,bombeando para o cérebro seu último lampejo de vida,sinto que as rosas desfalecem sobre mim, e sobre mim permanecem,acompanhando-me até minha última morada,deixando em minhas narinas o perfume suave de um amor que não tive a ventura de ter.