Quero em minha poesia
começar uma campanha
pra defender o encanto
que há na mulher castanha
em versos salientando
sua beleza tamanha
Ninguém chama uma rosa
de tulipa ou açucena
nem também a margarida
é chamada de verbena
assim não chame a castanha
de loira nem de morena
Eu admiro a mulata
e a loira é atraente
a morena e a ruiva
tem beleza certamente
mas o charme da castanha
é de todas diferente
Os cabelos da mulher
emolduram o seu rosto
e no castanho intenso
seu encanto fica exposto
De elegância e vigor
esse matiz é composto
Cada cor tem um lugar
pra cumprir o seu mister
O verde é na esmeralda
Na alva é o rosicler
o vermelho numa flor
e o castanho na mulher
Num cavalo alazão
o castanho é supino
Na madeira e no mel
seu fulgor é genuíno
Mas encontra a perfeição
no encanto feminino
Seja curto ou comprido
indo até os cotovelos
seja preso, seja solto
e penteado com zelos
o castanho é uma cor
que ilumina os cabelos
Hoje a cor natural
que predominava antes
deu lugar para madeixas
de cores extravagantes
Mas com isso as mulheres
não ficam mais elegantes
Pra você que é castanha
de esplendores repleta
peço agora que atenda
o apelo de um poeta:
não esconda a beleza
da minha cor predileta