Vamos falar do que talvez0
Já não tenha mais futuro
Do que pode estar sem rumo
Vamos falar um pouco de tudo
Vamos falar do mundo
Vamos falar do segundo que se acaba
Do mundo que se enfarta
Pelas mãos dos piores predadores
Que nasceram pelas mãos do criador
Da flor que agora
É uma dor que não vai embora
Vamos falar das desgraças
Feitas pelas piores raças
Da mentira que a tudo domina
Da maldade que fascina
Da natureza que se esvai
Da grande escuridão
Que, fortemente, nos cai
Vamos falar da fome
Da felicidade que some
Do nosso estado que nunca será nação
Dos espinhos que matam o coração
Fazendo-nos morrer pouco a pouco
Em negros caminhos
Vamos falar da nossa falta de esperança
Da herança que jogamos no escuro
Do futuro que assassinamos
Vamos falar da caretice do mundo
Da falta de fantasia dos seres
Vamos revelar esta poesia à Terra
Para que caia sobre suas guerras
Como uma luz aos cegos
Para que todos vejam
A face de sua maldade
A tortura que fazem
Ao pouco de felicidade
Que ainda nos resta