Ficha limpa…

Mancharam meu céu,
com palavras tolas
subornaram meus anjos,
em troco do nada.

Nas auroras do meu cerrado,
esconderam meu sol,
com uma concha de concreto
voltada para o chão.

Prometidas auréolas de ouro,
que seguidas da primeira chuva,
logo se enferrujaram.

Apagaram minhas estrelas
e as jogaram no mar.
Mudaram as letras
e minha música não pude cantar.

Meu cruzeiro no céu,
não serviu de oriente,perderam o rumo.
As três Marias das seis horas da tarde,
conseguiram separar.

Não entra no céu quem tem mancha,
é preciso se banhar.

A casa está pronta,dispensaram os candangos
e a lápide de pedra,espera por um nome
que ninguém soube escrever.

Lá fora,se ergue a grande dama
vestida com o verde
cor da nossa mata,
amarelada de sol,
banhada de ouro.

Seu ventre é azul,
prateado de estrelas,
e seu sorriso branco
pede pela paz.

Autor… Jairo Matos

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