"Agonia"

Me esqueci dos versos que compus
E dos amores pelos quais chorei,
Quando desfiz as rimas me dispus
A sofrer pelos versos que calei…
Já não ouço o eco das minhas palavras
E este silêncio pesado me asfixia…
Sem a paixão que antes me inspirava
Canto novos versos da mesma agonia.
Aqueles versos que te fiz em êxtase
São como fantasmas a me assombrar,
A dor desta lembrança me letargia
Feito uma ferida que não quer fechar.
Blasfemo em vão: – Não lembro mais!
E inutilmente volto a procurar por ti,
Nas linhas que escrevo ou que você faz,
Os poemas se calam, pensam que morri.
Não encontro par nesta triste jornada,
Para me encorajar em nova aventura.
Sozinho sempre, e com o pé da estrada,
Faço de parceira a minha amargura.
A agonia que faz cantar tanta tristeza
E o desamor que desfaz a fantasia,
Triste, sigo em busca desta incerteza,
Que é a fantasia da minha agonia.
Teobaldo Magela França
06/12/12

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.