ELEGIA DE VERÃO

Numa tarde de verão
Morre a cigarra,
Agarrada, então,
Ao nó da taquara.

Fica triste o mundo.
Choram as formigas,
Que, apesar de tudo,
Eram suas amigas.

E no alto das galhas
Lamentam os pardais,
Os sabiás, as araras,
E outros pássaros mais,

Embora soubessem
Da brevidade da vida.
E ao chão todos descem:
É a hora da despedida.

Enterrada a cigarra,
Ao pé do ribeirão,
Um pergunta: – E agora,
Que será do verão?

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