O natal foi igual, comemos, rimo-nos.
Alguém cantou para nos alegrar, Dezembro não nos traiu.
A mesa completa, estava cheia de tudo o que menos precisávamos.
As cadeiras aderem à mesa, e flutuam no enfeito que criam.
Os olhos brilham, a vela do centro diz que a mesa está completa, cheia de tudo o que não precisamos.
As pessoas chegam como gotas de chuva que caiem,
A mesa cheia, a vela vive.
As cadeiras gritam com o peso dos ocupantes,
os meus olhos gritam,
Sem brilho
.
Olho para o lugar onde ficavas. O teu lugar,
Aquele canto pobre onde ficavas,onde sorrias, onde comias.
Vou ao quarto chamar-te para veres a mesa completa,
cheia de tudo aquilo que não precisas.
Vejo o quarto vazio, e volto à sala como uma gota de choro.
Este natal foi igual, porque eu sentei-me no teu lugar.
Apaguei a tua imagem.
Naquela cadeira ,eu e tu fomos um, sentados namorando a mesa.
Tive o tempo todo ao teu colo, e tu disseste-me que ficavas vivo.
Depois de tudo, tu foste.
Permaneceste dentro de mim. O natal foi igual.
Depois de tudo tu foste,mas seremos sempre um, sentados na mesma cadeira.