Quanto tempo faz, há quanto tempo…
Só a saudade dentro do meu peito pode me dizer
Quanta falta sinto de você;
Dos tempos que ouvia dizer que me amavas
As lágrimas que se afogavam em meus lábios quando me beijava
Só o tempo poderá dizer…
Se bem que o ditado da vida nos ensina que um dia tudo passa;
Você passou e transformou minha maneira de sentir
Pergunto, onde anda você agora?
Onde estão perdidos aqueles sentimentos que por dentro nos corroia?
Será que a distancia poderá apagar nossas chamas?
Só de lembrar os teus olhos nos meus,
Como que fazendo promessas de um dia me amar;
Ainda me alimento do passado, e nem o tempo parece capaz de me fazer esquecer
Hoje posso ver as cicatrizes que o destino me reservou
Como é gostoso sonhar com você mesmo não podendo tocar o teu corpo
Ele me parece tão real, por que sinto meu suor misturar teu perfume
E ao acordar sinto o lençol encharcado por vontades consumidas
Sei que o tempo fará com que os jardins floresçam, porém a minha alma em flor murchará com a ausência do calor do teu corpo;
O vento passa e carrega consigo as minhas lágrimas, meu rosto se desfigurou, inexistiram em meio às multidões de pensamentos;
O tempo que faz nascer, faz morrer, faz amar, faz sofrer…
Você me amou e me fortaleceu, ensinou-me o caminho nos momentos de incerteza
Deixou-me, como em um dia de outono, as folhas em palavras se perderam…
Agora na dor pude entender o caminho a seguir;
Quanto tempo faz, há quanto tempo…
Hoje quero sonhar e não mais acordar;
Se há tempo para todas as coisas, hoje é tempo de esquecer
Porque eu preciso simplesmente existir.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, Julho de 1993 no dia 17.