AMARELINHA

Risco de tijolo no asfalto quente
Lembro tua mão um retângulo desenhar
Sentada na calçada por vez impaciente
A espera de um carro depressa a passar ;

Arquiteta de um desejo de infância
Engenheira na vontade de brincar
Outrora a lembrança quando criança
Tão jovem no peito teima a visitar ;

A casca de banana sobre as mãos
Espera dentre o número acertar
A certeza quando erra de que não
Outra chance se a parceira vir errar ;

O pó do tijolo logo enfraquece
Na amarelinha do pula saci
Contorna o retângulo que jamais esquece
E acaba teu sonho com a chuva a cair ;

Despede do asfalto o sonho de menina
Das mãos pequenina o tijolo a quebrar
Dos pés à vontade de pular amarelinha
Que a chuva invejosa se apressa em apagar .

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2008 no dia 29
Village (sp)

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