Ao Início da Manhã

Por quê morrer
Se podemos viver?
Para quê nos enterrar
Sem ter nada a buscar
Se podemos voar?

Palavras gritam na mente
Cada vez mais doente
Como um escuro de repente
Uma dor ardente
Meu pensamento
Fadigado pelo sentimento
Ameaçado pelo momento
Se é para ver se me chegas
Se é para ver se vens
Então não sou ninguém
Mas será que existe alguém
Assim, que sofra como eu,
Também?

Para quê viver de ilusão
Se podemos ter uma paixão?
Para quê mergulhar em saudade
Se ainda podemos encontrar
Ao início da manhã
Um tom de felicidade?
Para quê nos esquecer
Se podemos nos achar?
Para quê sofrer
Se ainda podemos amar?

Respostas que encontrei
São caminhos para me enganar,
Da minha vida ainda não sei
Tentando me consolar
Com a chuva para me guiar
Medo no olhar
Escravo da ilusão
Para sempre em meu coração
Agonizando por não conseguir enxergar
O chão é tão leve
Que não consigo pisar
Querendo flutuar
Por um sonho tão breve,
E eu só quero
Que Ele me leve
Não só até o infinito
Mas nas sombras do paraíso

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