Um dia, no alvorescer da esperança,
No silêncio místico e profundo da natureza
Uma semente caiu, entre outras tantas,
Indo agasalhar-se suavemente,
Entre as folhas úmidas e carinhosas,
Em solo apropriado e promissor
Alguns dias depois,
Na expectativa do destino,
A semente acordou,
Viçosa e meiga,
Apontando sempre para cima,
No desejo ardente de crescer
E ser admirada
Sua vontade, no impulso da natureza,
Era tornar-se frondosa e altaneira,
Sem que ninguém a interrompesse,
Na trajetória silenciosa de sua existência.
Lamentavelmente alguém chegou a seu tronco,
Sem respeito e sem constrangimento,
Ignorando sua beleza peculiar,
Levou-a impiedosamente ao chão.
Agora, seca e sem formosura,
Foi cortada em dois pedaços,
Formando uma cruz.
E nessa cruz, símbolo de sofrimento,
O meu Senhor foi crucificado.
Hoje, na expressão profunda do seu amor,
Vivo em paz, na trajetória da vida.
Ivo Dutra de Mattos