Fui a um pagode
Na casa de um partideiro,
E depois daquele dia,
Quero samba o tempo inteiro.
Eu quero samba o tempo inteiro,
Isso eu não vou negar.
É assim que me divirto,
Assim vou continuar.
Toda vez que chego em casa,
Depois de beber algumas,
A mulher me dá castigo
E me faz dormir na rua.
Ela me joga na rua,
Aquela mulher ingrata.
Passo a noite no relento,
Dormindo numa calçada.
Vou fazer um lindo verso
Pra minha mulher querida,
Que é pra ver se ela amansa
E a paz reina em nossas vidas.
Se há paz em nossa vida,
Tudo fica numa legal,
Só beijinhos e abraços,
Etcetera e tal.
Depois que começo os versos,
Confesso que não sei parar.
Depois de mulher o samba
É quem me faz delirar.
Deliro mas não é doença,
É febre, mas que não faz mal.
Depois de mulher e samba,
Pra mim somente o carnaval.
Para todos os amigos,
aqui deixo o meu abraço.
O pagode está bonito
E melhor, saibam, não acho.
Este é o Samba de partido,
Samba de verso improvisado.
Isto é samba de raiz
Como era no passado!