Olhei então para o céu…
E encontrei uma lua linda… Tão lucida
Quase completa e tão luminosa
Em meio a aquelas nuvens tão escuras,
Tão pesadas que corriam em câmera lenta
À tapar Lua tão cândida… Plácida.
“Hoje não é dia de lobisomem…
Já que não esta inteira lua faceira,
Não ainda“… Pensei rindo de mim mesma,
Fantasia de criança… Bobeira minha,
Pisquei e num instante depois
Como num conto de terror
O céu tinha rosado todo…
O céu sangrava de ponta a ponta,
“Uns dizem que é porque vai esfriar
No dia seguinte“ … Bem convincente,
Mas um torpor pela espinha acima,
Do âmago um pressagio chegando,
“Tem quem diga que é hora de vampiro
Sair de seu sepulcro a procura
De matar sua fome de sangue puro”,
Mas no que acreditar é o perigo,
Um uivo ensurdecedor foi entoado
A poucos quilômetros, quem sabe metros,
“Mas hoje não é dia de vampiro?
Como pode lobisomem dar as caras?”
Pensei boba toda eriçada, paralisada…
E uma overdose de adrenalina borbulhou,
E algo respondeu frio ao pé do ouvido:
“E quem disse que vampiro e lobisomem
Não é a mesma anomalia?”
E já havia começado… A caçada…
O caçador já encontrado sua presa…
E a caça não tinha consciência do cerco,
Foi quando ferveu… Êxtase e medo…
Dor e prazer… Vertigem e sede de mais…
Mais? … Mais o que?
Mais daquele olhar a me impelir…
Mais… Daquela boca na minha ardendo…
Gozando dum pomo jamais degustado,
E eu só queria mais… E mais…
Mais daquela hipnose… Beber… Ceder,
“Mas enfim… o que era aquilo?
Anjo ou Demônio?”
"… Meio Angel… Meio Damon”!