A lira dos namorados (Os dois anjinhos sapecas)
Se fosse o meu namoro;
No breu; nos meus amores…
Só vamos ao meu soro!…
Dá-me o colo das flores.
Quero amar-te, meu anjo
"Amo-te" é bem lírico;
– Canta; e me beija o manjo
No olho do teu véu rico.
Beijas, amas o amante;
Florirás, como o verso
Sou como o jovem Dante,
Falo-te o verso adverso.
Chamo-me o namorado;
Nas pazes do presente!…
Dos meus versos em lado
Tens o jovem que sente!?
Sem amizade; em peito
Chamas-te a namorada;
Beija-me! Sim, meu leito!
Nos beijos da alvorada.
Que vives; ao meu brilho
Não tenhas a amizade!
Nem chorei como o filho;
Vê-lo a maior bondade.
Só tu e eu, sem tristeza
Somos os bons encantos;
Meu amor, sem rudeza
Quero-te o ardor dos cantos.
Quero que sinta o bosque;
Que sintas o meu lago.
Nos teus colos do toque,
Dos meus beijos que afago.
Sem traição; nem morte
Somos os bons anjinhos;
"Amo-te" é um ser forte
Só vamos aos meus ninhos.
Que, ao teu dossel sem dor
Belo anjinho, sem gozo
Como o meu grande amor;
Sou o amor bem fogoso.
Autor:Lucas Munhoz 24/07/2011