Sonata para minha Mãe

De todas as vozes
guardo teu canto

Sobre teus braços
aconchego meu sono

De todos os olhos
Vejo nos teus
estrelas

De tantas caminhadas
Ouço teus conselhos

Na correria das idades
Me aquieto
no muro das épocas
te encontro nas lágrimas
da infância
Acolhendo meu ego lúdico,
Frágil em pequenos vôos

Das noites que vieste à minha cabeceira
Espreitar meu sono, afugentando meu frio
Deixando teu hálito insone e dócil
Recordo e guardo-te
No álbum da eternidade

minha e tua
Nossa bendita entranha
Que fez de mim – fatia
De teu pedaço
Escrevendo a marca
Imutável do ser.

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