Não há solidão maior que a minha
que me maltrata e me faz tremer
que me faz seguir sempre sozinha
sob a luz do anoitecer.
Meus olhos já não vêem
minha boca não sente mais gosto
minha alma é ninguém
sobrevivo a contragosto.
Vou caminhando
resignada, mas chorando,
aceito o destino que me condenou.
Estou só e não finjo surpresa
para onde sigo, afinal, nem comigo mesma
eu vou.
Marcela Arôxa