Sopra vento.
Corre água.
Esquenta sol.
Ilumina lua.
Salta a cabra.
Berra o asno.
Voa a águia.
Canta o galo.
Saboreia o alimento.
Degusta o vinho.
Mela-se no melado,
Limpa-se no guardanapo.
Cura-se a ferida.
Grita-se de dor.
Toma-se a aspirina,
Limpa-se do suor.
Nega-se a amizade.
Corrompe-se a autoridade.
Acaba-se com a inocência,
Também com a família.
Chupa-se o sangue.
Abre-se a ferida.
Corta-se a pele.
Cala-se o grito.
Gelado está o corpo
Inerte sobre a lápide.
Num túmulo é jogado,
Uma vida que se parte.
Vida de dor.
Vida de amor.
Vida de choro.
Vida de riso.
Seja como for;
O fim de tudo
É o escuro,
No labirinto de incertezas, do criador!…
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro – SCSul SP [email protected] [email protected]