Porquê
Porque me obrigas-te a sorrir
quando me querias ver a cair
de um penhasco gelado
com pregos na superfície
Porque me obrigas-te a caminhar
sobre as nuvens brancas
se me querias ver a desabar
como um monte de neve no verão
Porque me obrigas-te a ver
o céu, as estrelas, o universo
quando me querias cegar
com um raio a cintilar
Porque me obrigas-te a viver
porque obrigas-te o meu coração a bater
quando me querias ver congelada
com um olhar fixo para a beira da estrada
(Bárbara Valpaços)