Quando eu morrer;
Sepultem meu corpo
Junto a um rio.
Na sua margem esquerda,
No seu curso contrário.
Sou às avessas e assim fazendo
Continuo sendo… quando eu morrer!
Nesse lugar as árvores vão frutificar.
Sob suas sombras, belas flores ficarão a verdejar
E a embelezar esse lugar.
Quando eu morrer;
Se lágrimas nas faces rolarem,
Deixem-as cair ao solo
A fim dessa terra irrigar…
O corpo inerte lá se decompondo
Para a terra adubar,
Fará a flora aparecer formosa
Nesse meu lugar… quando eu morrer!
Samambaias, copos de leite e muito mais nascerão.
Pássaros mil voarão em círculo.
Muitos ninhos eles farão.
E nesse lugar, onde meu corpo vai…
A vida, representada pela natureza
Presente estará… quando eu morrer!
Esse é um pedido poético
De um poeta falido
Antes mesmo de nascer!
… Morte, a única presença certa
na vida de quem dá
o primeiro respiro!
É por isso que não a temo…
Esse lugar por mim sonhado,
Nada mais é
Que um estado de espírito
Que só aos poetas
Esse sonho é permitido.
Quem sabe um dia entendam;
Talvez,… quando eu morrer!
José Roberto Perez Monteiro – SCSul – SP [email protected] [email protected]