Finada revolta

Na morte lenta
Anjos e demônios
O observam estáticos a situação
Enquanto cada segundo custa a passar

Rodeado de seres celestiais
Caídos e de luz
Não se importam
A decadência é sua

Viva ou morra
Indiferente
Eis tua indiferença para com tudo
Vazio lotado de nada

Sangre ou chore em teu túmulo
Exclame ou ore
Essa é tua cruz
Ande sobre tuas águas

Dessa treva não surgirá luz
E em menos de sete dias
Tudo se foi
Estará só como antes

Nem mesmo os 12 haverão
E a traição nunca existiu
Por ninguém sofreu
Homem que viveu como um deus homem.

Nem dor
Nem Ele
Nada é como é
A vida é pior do que sonhas

O vazio ainda existe
Choro surge
A dor persiste
E a esperança não acaba

Esperanca o pior dos sentimentos
Alega ter fim
Mas não tem
A e tudo continua igual

Fé não nos mantém
Não nos repara
A natureza do homem
Peste mundana

Que em suas mentiras a sustenta
No ego enganado
Suprido por ilusões inexistentes
Criado por mentes insanas

A realidade não existe
Em sua verdadeira forma
É tudo visto de uma ilusão criada há muito tempo
Fatigado de tudo isso

Anjos e demônios
Filhos de um mesmo pai
Que permite que seus
Morram, sofram e matem

A dor é plena
E a vida nada vale
Tudo é o caos
Vivido em carne

A dor é plena
A felicidade é uma sombra
Que no primeiro raio de lucidez
Se desfaz instantaneamente

Na noite estou
Em trevas percorro um caminho desconhecido
A procura do adeus
Que me abandonaste

Entre anjos e demônios
Seres que assistem mais um
Que procura a partida
Para o fim

A força é grande
Mas se esgotou lentamente
Assim como a dor era pouca
Hoje por inteiro me consome

Suspiro, grito
Silenciosamente por ti
Abandonaste novamente
Como sempre fez aos teus.

Corvo

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