perdoai essa pobre criatura,
que não possui o dom de amar;
esse ser infeliz que margeia a escória da sociedade.
a dor que perfurou um dia meu crânio
fizeste de mim um inútil,
um ímpio desvairado jogado diante de ti,
este herege que implora de ti piedade
perdoai este desfigurado que em passos lentos
caminha em frente até a beira do abismo
no qual jurou por ti se atirar
e cair eternamente pelo sofrimento de te-lo magoado
sou um inumano acardíaco merecedor da morte
e agora despeço-me de ti,
de meus desvaneios
cheguei enfim à orla do precipício
perdoai pelo meu último ato de insanidade
por finalmente concretizar a vinda do meu fim!