Estilhaçada

As vezes, lá no fundo
eu me sinto fluída
e, qual alma de um corpo recém-saída
eu já não pertenço a esse mundo.

É que estou vazia,
pobre de minha própria fortuna
repleta de coisa nenhuma
muda em minha melancolia.

Estou estilhaçada
em mil pedaços ensanguentada
presa a uma vida-sem-vida que renego.

Ah, se eu pudesse, como um rio convergente
somar meus múltiplos egos
e me tornar una novamente!

Marcela Arôxa

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