Em momentos que consideramos críticos, sentimos uma imensa vontade de expressar nossos sentimentos, talvez por medo de não ter mais a oportunidade de fazê-lo.
Nunca gostei de demonstrar fragilidade, sempre achei que deixar que as pessoas percebam o quanto certas coisas me angustiam era pra gente fraca.
Errei…
Hoje, exatamente neste momento, eu gostaria de poder expelir da minha pele, do meu olhar, de mim por completo, todo este sentimento. Gostaria que me vissem frágil, com os olhos cheios de lágrimas e a boca seca, só para que pudessem entender como me sinto.
A imagem distorcida de tudo o que vejo cria uma paranóia dentro do meu peito, tornando-me, talvez, uma criatura desprezível e intolerante. Alguém que talvez sofra em vão por um amor impossível, cuja eu só acreditava existir no auge da adolescência.
É impossível me ver escrevendo tais coisas sem me sentir ridicularizada pela minha própria insensatez. Logo eu! Logo eu que sempre me achei dona das minhas atitudes e sempre agi como se tudo que me fizesse mal fosse descartado, independente se fosse um objeto concreto ou um sentimento idiota.
Cá estou eu afinal, responsável pelos meus atos e extremamente confusa, como criança indefesa, mergulho no mais profundo de mim, afim não de entender o que há, mas de acalentar meu íntimo para ter forças de reagir.