Vede a tristeza revelada no meu verso
E vendo-a é qual se visse eu incerto e doentio
Na rima que descreve à antítese, ao reverso
A dor que levo presa no meu coração vazio
Entres aflições vai-se a ledice e eu imerso
No desprazer da solidão, peno – amor vi-o!
Pálido, à face da tristeza, já disperso
Tarde, muito tarde, ainda há o sofrimento ardil
Meu vasto padecer já vem de outras eras
Quando a sós no afã da infinita primavera
A amargura caia-me. Poeto desgosto!
Ai!… Juro que o poema é tão sublime
Apesar do meu pesar, desenha e exprime
A felicidade temporariamente no meu rosto.