Por que me iludo, Deus? Por quê?
Por que teimo em sonhar com a felicidade?
Será que viverei na ilusão de sempre,
e para sempre fugindo da verdade?
Não sou amado e nem jamais serei,
porém o meu amor sempre te ofertei.
Gratuitamente distribuí felicidade,
recebi, em troca, apenas crueldade…
Nos meus anseios sempre fui frustrado,
os meus desejos, nunca os realizei…
Por tanto desejar ser muito amado,
que propriamente a mim ignorei.
Pensei em… em tudo que me cerca,
a todos dei a minha mão amiga…
Mas tu, quando de mim enfim te acercas,
me abandonas, talvez por intrigas…
Dedicação sempre te dou e não recebo;
recebo, em troca, total indiferença, e vou amando…
amando… e nem percebo
que o meu amor possui uma força imensa.
Tu me magoas, mas nem te apercebes…
E magoado eu sigo caminhando por uma estrada
onde só recebo pedradas…
Mas eu continuo amando!…
Não sei viver sem dar-te o meu amor,
sem dedicar-te todo o meu…
E, indiferente, segues sem supor que,
por dentro, pouco a pouco eu me arrebento…
Eliezer Lemos