Rosa Amor

A levesa de uma brisa a afagar o vidro
Que escoacha de fronte à janela Lamina e Soleja
Transparente, Frágil e Tropega Vitral da sua lua.
Timida, Vertente e Ridicula da sua cor… Rosa Amor!

Lágrimas de vidro com sons a ecoaram de longe
Como se a chamar para o Sol Primavera de onde veio,
“volta na sua cristalina aparição, Rosa de Verão!”
E Chiam e reclamam pela sua presença, efemera e vertente…

A alma chora em bategas de água escura,
Vermelho sangue que vem de dentro da sua taça rosa,
Verte o que os olhos veêm e os gritos não ecoaam,
Expulsa os anjos que em si demoram…

É Rosa ao Sol de Outuno, amarelo e laranja conforme,
Recebe a luz como a transparência que de si descorre,
E ultrapassa-a, vertendo rosa ao que a rodeia,
Mesa, naprons, jarras, flores e cadeiras,
Cabeças funcionais desta Casa Cal…
Formas destorcidas, opacas, entranhadas!

A taça de fronte ao Sol de Inverno,
Constante no seu Rosa Amor, suave…terno!
Verte porque é de seu temperamento verter,
Tremelicando nas suas cores, quase perde a sua transparência,
Momentos doentes e gélidos, febris e opacos, como os do resto desta Cal…

Voa que voa, na sua direcção chão,
Falta-lhe uma asa, pedem-lhe a razão fria e sombria.
Pede que a pisem, que lhe estilhace em vão…
O Seu Rosa Amor espalhado pelos tacos que ecoam,
Contando a sua triste história, a sua lua…

Os seus pedidos, os seus anseios, a sua cor…Rosa Amor,
Feios, esquecidos e vertidos num chão poeirento e racional,
Sem transparência aos raios do Sol, uma Cal Branca em todo em redor
Opaca, Fria, Sombria e de longe os ecos calam-se num gemido:
“Eras tu…Rosa de Verão, o nosso sentido, a nossa cor…o nosso coração”!

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