Numa belíssima tarde de verão
Me lembro como se fosse hoje.
O céu estava repleto de mansidão
E os belos pássaros voavam ao longe.
Abrí meu olhos e descobri
Havia nascido com um certo fim
Cumpriria uma missão e assim
Num instante fui feliz.
Porém ainda não sabia
De onde eu vinha, para onde eu ia
Tudo era novo naquele lugar
mas com vários amigos apesar
Vivíamos dentro de uma bolsa
Voávamos nas costas e entre as asas do anjo
Esperávamos o lindo dia chegar
em que ele ia nos soltar.
E assim pelo ar, chegou o meu dia
e à luz do luar, um jovem eu via,
entre a multidão que seguia.
As mãos do cupido me pegou
de dentro do arco me soltou
e eu voei!
Percebi minhas forças, o meu amar.
Era tão bom voar, ao luar
E foi assim que de repente…
De repente, sob a luz do luar
acertei levianinho e devagarinho
o coração sonhador do jovenzinho
que dantes lá do arco, eu via.
E da felicidade que eu sentia,
vi, notei o doce, o perfume que escorria
do coração acertado
sua vida mudado.
Foi naquele momento, ao luar
naquela noite, alegre noite
que os olhos depararam
em uma bela, linda fronte.
A fronte da jovem mais prazenteira
mais alegre, mais certeira
ele viu.
O sentido sumiu, eu era algo novo
que lhe tinha chegado -o que era?-
Perguntava -como chegara?
Como ao luar me achara?
E entre a multidão que seguia,
essas perguntas surgia, ao jovem
homem, acertado, arrastado
pela moça que ao luar lhe aparecia.
No passe da paixão
uma mãozinha lhe toca
Ele se levanta e volta
Então lhe olha… nos olhos…
É ela!
Ela que lhe encantou
e que sob a luz do luar
na ponta de uma flexa do cupido
lhe acertou. Sua vida mudou.
Então nos lábios que se tocaram
nos prazeres que se chegaram
nos hálitos que se trocaram;
A pergunta que ao luar
se havia surgido, no pensamento do jovem
ali se respondeu
-Quem sou eu?-
A flexa que o cupido soltou
e à luz do luar voou
do arco ao virgem coração
com vontade, com fervor
enorme emoção…eu sou o amor…