O menino poeta&Doce Menina (Doce Flor)
(Primeiro ato, cena I)
O menino poeta
Era o ardor quem foste a mim!
Dos alvores vens o amante…
Doce, era o amor do jasmim
Dá-me os nomes do carmim!
Foi-se a cor do olhar vagante;
Quem sentes o sol possante?
Da alcova vens a emoção;
Que em tua vaga ao relento,
Deu-te o fulgor da paixão
O ardor é um bom coração.
Tu, porque és um doce vento
Dos lábios vens o acalento.
Doce Menina
Ó meu poeta! Ama-me a flor da musa!…
Foste o jovem fogoso que és mui forte!
Faço-te os versos pelos meus ardores!
Sinto-te o palor porque és minha sorte.
És o coração d´ouro como o amante…
Tingir-vos o coração nos teus fados,
Fora o langor à vaga da alvorada
Ama-me como o gênio dos meus lados.
O menino poeta
De amor me sente o delírio;
Eras a flor que eu te amei!
Se foras a cor do lírio.
Amei-te o langor do rio!
Que o bom amante sonhei!
Do amor carnal já chorei.
Doce Menina
Ó meu querido! Amo-te a doce alvura!…
Fica-me ao labor ardente sem dores;
Quero a ti – como a musa dos desejos
Lambe a carne vagada como as flores.
O amor! Que o jovem sedutor a mim!…
Em peito amoroso d´ouro a vivê-lo;
Ó palor sedutor! Que amas o amor!
Amo-te tanto amor quente em anelo.
Autor:Lucas Munhoz