Entre as taças,
um compasso,
vinho tinto escorrendo
marcas de batom
manchando o cristal,
coração doendo.
Na esquina,
espera um destino
que já não tem pretenção.
Tem corpo a venda,
a lua clara serve de tenda.
Na simplicidade,
a entrega,
a vida escorrega
não se pode negar.
Entre um gole e outro,
bitucas se ascendem,
pirilampos a piscar.
Junto a fumaça,
evapora o tempo
tem pedaços de lembranças,
pequenos pensamentos,
que fazem a vida levar.
Não quer nada,
já não sente medo
conta segredos,
conta você.
Se faz de metade,
imita o beija flor,
que não tem flor para beijar,
fica a mercê da esquina,
jovem felina,
que ainda quer amar.
Arranha,se deixa arranhar
estranha até acostumar,
com as esquinas,
sem águas cristalinas,
sem um amor pra te levar.
Autoria … Jairo Matos