Não morre o canto,
as sereias vem a superficie
banham-se de sol.
O rouxinol,
ainda se esconde nas veredas,
e seu canto se espalha por entre as folhas secas.
A palmeira balança
e sua sombra não alcança o mar,
não tomba o veleiro,
enfrenta o vento,
despede-se do cais.
As flores velhas,
ainda resistem o vento forte,
suas cores já não parecem fortes,
o sol as tomou.
Desbotou a violeta,
afugentou o colibrí,
sangrou o rio e a correnteza se confundiu,
já não tem mais caçador.
Adormece o amor,
nos braços da saudade,
citaras e harpas se silenciam,
o céu se calou.
Rosto roçando rosto,
lençois enrugados por sobre a grama,
energias que consome,
beijos e nada mais.
Despedaça a tarde,
os fragmentos são rosados,
misturados ao azul da imensidão,
corpos cansados,
satisfeitos de amor.
Um adeus,um amanhã e um talvez,
não se olha pra traz,
estranhos estão.
Não tem relâmpago,
não tem clarão,
o único brilho é o do olhar,
misturado ao brilho do sol.
Autor… Jairo Matos.
Direitos reservados.